segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Casa


Eu vejo o seu rosto
E como de costume, tenho as mesmas lembranças
Que há tempos não parecem minhas
Se quer tenho cicatrizes pra lembrar

Foi tudo um sonho
E eu não consigo sentir saudades de você

Essa casa parece estranha...
parece outra...
E eu , a ela , já não posso pertencer.
As roupas , os lugares ...os travesseiros de pena de ganso
Os arranjos de flores na cabeceira da cama...
A varanda ...
Nada disso parece me comover.

O que existia aqui não era a casa, mas sim, o amor
A morada em que nos abrigávamos.
O resto é só fachada
E sem ele, tudo não passa de uma cidade cenográfica
Onde eu já não sei viver

Pra que ficar?
O que manter?
Quando as paredes ruírem
E você for procurar entre os escombros
Vai ver que não existiram vitimas
Pois a muito tempo
Ninguém mora lá...