quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Vestido roxo




Eu não quero evitar certas palavras
Nem guardar pra depois estas mágoas
Às vezes nossas dores são como as águas de uma chuva de verão
Que teimam em correr pro mar

Às vezes eu me perco no "talvez"
Mas Deus sempre nos conta historias pela metade
E os resultados dos caminhos que não escolhemos
É algo que não podemos prever

A morte é a cobradora que justifica essa minha avareza com cada minuto desperdiçado
Do que adianta presentear o amor a alguém que não o quer?

Como um belo vestido indesejado
Que aquece e acolhe a pele
Mas que aos olhos da dona não lhe cai bem o bastante
Para que num domingo o vista para festejar
Tem-me, então somente
para usar

( Thaís Carvalhosa)

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